18.3.09

Craque: Bebé só de nome

Bebé cedo deu nas vistas, com a camisola do União de Coimbra, por entre aquela mistura de pó e areia do Campo da Arregaça. Todos lhe auguravam um futuro risonho no mundo do futebol. E, sem surpresas, o criativo, que gostava de jogar a médio centro (tanto a “10” como, por vezes, numa linha mais recuada de dois homens – num género de “8” com duplo papel), assumiu-se nos seniores. A Cruz de Santiago, todavia, tornou-se, a cada ano, fardo mais pesado de carregar; daí à “queda” foi um instante. Antes ainda, os mais talentosos, cansados e desiludidos, começaram a abandonar a cidade e o clube que os viu nascer, biológica e futebolisticamente falando.

O FC Pampilhosa recebeu Bebé de “braços abertos”. Os responsáveis – dirigentes e técnicos – já conheciam o valor do homem e do atleta. Afinal, eram suados (e “rasgadinhos”) os confrontos com a sua anterior equipa. Essas qualidades, hoje reconhecidas e, cada vez mais, confirmadas, fácil e rapidamente lhe permitiram a integração no seu novo grupo de trabalho. Estávamos na época 2004/2005.
Bebé, tal como acontecera no União de Coimbra, garantiu o seu espaço com esforço e atitude. Claro que o talento é inegável. Mas apenas a conjugação de todos estes factores permitiu – e continua a permitir – que o (agora) polivalente jogador consiga, durante todos estes anos de Pampilhosa, manter os mesmos níveis anímicos e de eficácia. A importância individual dissolve-se, a cada domingo, no colectivo; mas a equipa sem ele é outra (para pior).

A braçadeira, naquele braço esquerdo, conheceu o seu habitat natural. Entretanto, factores externos ao jogo “obrigaram-no” a confirmar a sua verticalidade, perante responsáveis e colegas. A relação não ficou “beliscada”. O respeito e a admiração jamais lhe serão retirados.

Hoje, após seis épocas ao serviço do FC Pampilhosa, Bebé é "o" jogador e "o" líder. Base e pilar do balneário. Líder e craque dentro das quatro linhas. Seja a médio, ao centro ou à direita, mais perto ou mais longe dos avançados, ou até em qualquer uma das laterais. Bebé é o homem com quem se pode contar. Foi assim com todos os outros; é assim, e certamente será o mesmo daqui para a frente, com Fernando Niza.

Neste caso, não há coincidências ou compadrios. Não há conhecimentos ou “cunhas”. Não há, sobretudo, soberba e arrogância. Há trabalho e talento – não necessariamente por esta ordem. E tudo às claras; sem rasteiras anónimas ou apertos de mão (e se calhar até beija-mãos) venenosos e feridos de morte. Mas essas são outras “histórias” concelhias…

Bebé confirmou-se como o melhor jogador da sua geração formado nas (reconhecidamente) competentes escolas do União de Coimbra; graças às suas capacidades humanas e futebolísticas. E, felizmente, fez, continua e – assim espera o PAMPILHOSA LINDA – continuará a fazer a sua e a nossa história envergando a camisola e o símbolo do FC Pampilhosa.

2 comentários:

Anónimo disse...

Falta um contacto de e-mail. Tenho histórias giras do "balneário", de outras épocas, para partilhar com o autor. Vai ver que não se vai arrepender.

Pampilhosa Linda disse...

Agradecemos a participação e a colaboração; este espaço serve, essencialmente, para contar a história do FC Pampilhosa, desde o actual plantel e restantes colaboradores, até aos nomes e factos que fizeram os quase 80 anos de existência do clube.

Os episódios, antigos ou actuais, podem ser contados e enviados para: pampilhosalinda@gmail.com.
Obrigado.

Cumprimentos,
PL