16.3.09

Momentos (inesquecíveis): Visita ao Sporting

O dia 4 de Janeiro de 2005 constitui um marco incontornável da história do FC Pampilhosa. Não só pelo facto dos Ferroviários terem defrontado um “grande” do futebol português, e logo no terreno do adversário!, mas, sobretudo, por tudo o que esta jornada significou. Foram aos milhares, numa impressionante caravana automóvel, de ligeiros e pesados, os que se deslocaram a Lisboa, ao Estádio de Alvalade, para se fazerem ouvir – a si e à sua terra e região. O exemplo de como o futebol, no seu estado mais puro e simples, representa mais e melhor que qualquer outra coisa (incluindo representantes de outras ordens ou festas importadas que passam por tradicionais). E a confirmação da evolução competitiva e estrutural do FC Pampilhosa que, em menos de uma década, atravessou o deserto e – deixando os vizinhos para trás (exaustos e desidratados) – chegou, justamente, a um oásis feito de qualidade (fora e dentro do campo) e respeito.
As gentes da Pampilhosa responderam ao apelo. Uniram-se e, às milhares, viajaram até Lisboa. A festa começou bem cedo e só terminou madrugada adentro, com o regresso (cansadas mas felizes) à Bairrada.
Fizeram-se cachecóis e bandeiras para a ocasião. As inscrições valeram duas dezenas de autocarros, já para não falar das deslocações por carro, comboio (ou não fosse esta terra de ferroviários) e, segundo dizem, até por avião. Com leitão e vinho da Bairrada debaixo do braço, lá rumaram os pampilhosenses, de sorriso e coração bem abertos. A tarja colocada no Estádio de Alvalade – “Nunca perdemos em Alvalade” – "correu" o país e provou, novamente, a verdadeira essência do futebol e, em particular, da festa da Taça.

O Sporting-FCP mereceu um cachecol "especial", que serviu para assinalar e perpetuar o momento. A data (de 12 de Janeiro), essa, foi alterada (para 4 de Janeiro). Dias depois, Liedson "resolveu", outra vez, contra o Benfica.

Os jogadores, ao longo dos 90 minutos, comportaram-se dignamente. Respeitaram o que e quem representavam. A equipa – bem orientada pelo professor Rui Luzio –, conseguiu, nessa época 2004/2005, o 16.º lugar na 2.ª Divisão, cumprindo novamente o objectivo “manutenção”. Mais de 13.000 pessoas estiveram no estádio, comprovando de que é feito o pampilhosense e o bairradino, aplaudindo o público e a equipa, numa demonstração de fair-play exemplar e indispensável nos dias que correm.

Agora "só perdemos uma vez". Nem todos se podem gabar deste historial diante do "gigante" Sporting.

O Pampilhosa perdeu. Segundo alguns pontos de vista foi até goleado. Mas o 4-1, a favor do Sporting de José Peseiro – que encarou este jogo de forma série e responsável – valeu bem menos do que tudo o resto. Desde o reforço do orgulho, pela experiência de nos sentirmos visíveis e mediáticos, à consciência que, com método e tranquilidade, era possível ao FC Pampilhosa fazer ainda mais e melhor. Algo que, aliás, as épocas seguintes tiveram oportunidade de confirmar: aumentou o estatuto e melhoraram os resultados e classificações.

No regresso a casa, de barriga e alma cheias, sócios, adeptos e toda a comitiva não hesitaram em efectuar balanço positivo. As diferenças eram, e ainda são!, demasiado grandes. Mas a missão foi cumprida com distinção – ainda deu para festejar, em alto e bom som, o GOLO do FCP; como poucos (muito poucos) se podem gabar.

Em cima (da esquerda para a direita): Hélder Garcia, Vítor Silva, Mauro, Hugo Moutinho, Cortes e Bruno Lucas. Em baixo: Hugo Paulo, Pázito, Bebé (cap.), Osório e Joares.

Destaque, entre os heróis, para o guarda-redes Cortes, que, actualmente, representa o Camacha. O argentino fracturou o pé no lance do 2-0, depois do avançado Sá Pinto o ter pisado. Cortes, apesar da lesão, aguentou a dor e cumpriu a restante 1.ª e toda a 2.ª parte com visíveis limitações. No dia seguinte colocou gesso e parou. O exemplo (perfeito) de como a equipa encarou esta “aventura” que, assim esperamos, ficará mais perto de se repetir, já na próxima época, com a subida do FC Pampilhosa ao futebol profissional.

FICHA DE JOGO:
Sporting (4): Tiago, Anderson Polga, Carlos Martins (João Moutinho, 70’), Hugo, Pedro Barbosa (cap), Sá Pinto, Miguel Garcia (Rogério, 46’), Paíto, Custódio, Hugo Viana (Danny, 70’), Pinilla.
Treinador: José Peseiro.

FC PAMPILHOSA (1): Cortes, Bruno Lucas, Vítor Silva, Mauro, Hugo Paulo (Luís Miguel, 60’), Hugo Moutinho, Pazito (Sérgio Grilo, 60’), Osório (Rui Pataco, 64’), Bebé (cap), Hélder Garcia e Joares.
Treinador: Rui Luzio.

Estádio de Alvalade
Espectadores:
13.180
Árbitro: Paulo Costa.
Auxiliares: João Santos e Bertino Miranda.
Cartões amarelos: Paíto (20’) e para Hélder Garcia (54’)
Golos: Carlos Martins (10’), Sá Pinto (23’ e 53’), Paíto (28’ p.b.) e Hugo Viana (63’).
Ao intervalo: 2-1.
Resultado Final: 4-1.

5 comentários:

Sónia Almeida disse...

uma maravilha, estamos lá!!

Pirata disse...

Tanta malta conhecida!

Anónimo disse...

Eu tb estive lá. Foi um momento único. Sentir a alegria e o orgulho daquelas pessoas, que estiveram a representar a Pampilhosa, desde as bancadas ao relvado, foi fantástico. Bons tempos...

Anónimo disse...

E a boazona da quota que estava lá aos saltos pelo Pampilhosa?

Anónimo disse...

ya, é da pampilhosa alta, não sei é o nome